MELHORANDO O SISTEMA - RELATO DE UM PAZEIRO |
Alberto Viana - Arena Áudio Eventos Ltda.De 1996 para cá, estamos observando com muita atenção o caminho trilhado pelos nossos concorrentes, colegas de PA, quanto à introdução de novos equipamentos em seus sistemas. Estranhamente, todas as modificações nos equipamentos foram mais concentradas nos modelos e tamanho das caixas acústicas, bem como nos falantes e nos drivers utilizados e na quantidade de vias do sistema. De forma muito mais discreta, quase inexistente, vimos modificações nos padrões das mesas de mixagem, nos periféricos, nos cabos e sistema de AC e nos amplificadores. Conforme pudemos observar, de um modo geral, todos aqueles que investiram, conforme acima descrito, ganharam muito pouco (quase nada, mesmo) em termos de custo/benefício. Comparativamente ao equipamento utilizado por nossa empresa, as inovações que vimos serem introduzidas não produziram resultados que mostrassem evidência alguma de "revolução" - e nem sequer de evolução. Desse modo, não encontramos motivo relevante que justificasse a substituição das caixas, dos falantes ou dos drivers que nossa empresa utiliza até hoje. Entendam que Isto não foi o resultado de uma atitude acomodada de nossa parte, mas simplesmente que o estudo que fizemos mostrou claramente que as substituições que vimos serem efetuadas, não incorporaram novas tecnologias que trouxessem reais e substanciais progressos nos resultados alcançados em qualidade e eficiência em relação ao equipamento utilizado por nossa empresa. Como as mesas e periféricos de nossa empresa sempre estiveram ao nível de primeira linha dentro do mercado, sendo todos importados (pois não temos similares de fabricação nacional que ao menos se aproximem daqueles) e como não absorvemos as pseudo evoluções nos modelos de caixas, falantes e drivers, uma vez que já trabalhávamos com o que existia de melhor no mercado nacional, centramos nossas baterias, a partir do início de 1998, no item amplificador. Víamos as pessoas fazendo testes e mais testes com as caixas, modificando-as, trocando os falantes e drivers, pensando que a amplificação era inteiramente inocente quanto ao pouco rendimento alcançado em comparação com os sistemas importados. No início de 1998, compramos no mercado amplificadores de diversas marcas nacionais e importadas (o dólar estava barato), e passamos a testá-los no nosso sistema sob as mais diversas condições, sempre comparando com os resultados que tínhamos com o modelo que vínhamos utilizando até então. Foi aí que experimentamos uma grande e agradável surpresa , Made in Brasil: A linha de amplificadores STUDIO R HEAVY DUTY, sistema Plug & Play, que tivemos a oportunidade de testar. Depois de incansáveis testes, medições e comparações, verificamos que a simples troca de nossos amplificadores pelos modelos da STUDIO R, gerou uma evolução extremamente significativa no desempenho do nosso sistema, no que se referiu aos aspectos de otimização, potência, qualidade e, principalmente, eficiência. Isto foi quantificado não apenas quanto aos aspectos técnicos dos aparelhos, mas levando-se também em conta o eficiente suporte técnico prestado pela STUDIO R, não apenas pelo Ruy, mas pôr toda a sua equipe. Pudemos constatar que os amps da STUDIO R são Incrivelmente precisos e eficientes, além de permitirem uma gama enorme de possibilidades para "processar" o amplificador, através da fácil substituição dos módulos ADL, SUB ou Full, que permitem que se obtenha o máximo rendimento do sistema como um todo, seja tanto no que se refere aos aspectos técnicos, quanto aos de retorno do capital investido. Verificamos que os amplificadores da linha STUDIO R possuem uma quantidade de recursos tão grande, que não foi possível compará-lo com nenhum outro, pois não existe similaridade. É um projeto único , não sendo cópia nem modificação. Além do sistema Plug & Play, que permite a utilização do amplificador nas mais diversas configurações, com a simples troca dos módulos (encaixados no painel traseiro), verificamos a precisão e a atuação do limiter inteligente (presente em todos os módulos), do sistema auto mute para proteção dos falantes no caso de uma brusca interrupção de energia, a robustez do conjunto, o VU com escala grande e precisa, que permite visualmente uma monitoração tranqüila (em amps de alguns outros fabricantes sequer o VU existe, seja este grande ou pequeno). O dimensionamento criterioso de partes fundamentais, como a fonte de alimentação, a dissipação de calor (que refrigera sem contaminar a parte eletrônica do equipamento) e a imunidade ao ruído, merecem destaque especial, sem falar na possibilidade de seleção da sensibilidade de entrada do amplificador e nos filtros Hi-Pass, que possibilitam um total aproveitamento da potência disponível, sem colocar em risco os alto-falantes, além de inúmeras outras. Mas o que nos chamou mesmo a atenção, foi realmente o suporte técnico prestado pelo Ruy, o que permite até mesmo aos menos experientes processarem seus equipamentos com segurança e rapidez, obtendo de imediato um resultado inacreditável. Pôr falar no Ruy Monteiro, quem foi o Pazeiro ou dono de trio elétrico que não usou e aprovou os amplificadores Gradiente mod. HA-II, o Nashiville NA-2200 e a linha Micrologic M-1000 ? Pelo que bem recordamos, foram os amplificadores que deram certo no Brasil, a ponto de que até hoje, muitos dos que os utilizam, deles não abrem mão. Pois é, todos saíram da prancheta e da cabeça do Ruy. Coincidência? Não! Apenas muita competência e dedicação ao trabalho, além de respeito pelo usuário. Tivemos notícia de que o Ruy já foi inclusive contratado para corrigir projetos deficientes da própria concorrência. Parece incrível? Pois não é. Bem, voltando ao assunto, em outubro de 98 tínhamos acabado de substituir todo o set de amplificadores pelos novos modelos da STUDIO R. A partir daí, nosso galpão virou um laboratório de testes e pesquisa, sempre contando com o suporte do pessoal da STUDIO R, onde buscávamos informações a respeito de como programar os módulos ADL e FULL, buscando um resultado máximo para o nosso sistema. Dias se passaram, e após muitos testes terem sido realizados, muitas medições efetuadas, finalmente chegamos ao resultado final, quando demos o sistema como pronto para batalha. Em dezembro de 98, realizamos alguns shows onde tivemos a oportunidade de fazer pequenos ajustes, em busca do ponto ideal do sistema para os diversos ambientes onde trabalhamos. No Brasil, tem gente que compra um sistema de som pronto (aquele que vem inteiro de um mesmo fabricante) já com todas as especificações e resultados determinados e limitados pelo fabricante, e existem também aqueles que adquirem, com pouco (ou nenhum) critério, falante deste, caixa daquele, amp. de outro e, isto feito, acha que tem um sistema pronto. Outros, pesquisam bastante as marcas e os modelos antes de comprar, buscando o melhor de cada fabricante, exigindo aprimoramento constante e só então montam seus sistemas. São estes os que mais colaboram com o desenvolvimento de novas tecnologias, pois nem sempre os resultados de laboratório são os mesmos do uso no dia a dia. A diferença básica é que lá fora e em algumas raras exceções daqui, os usuários dos equipamentos pesquisam, desenvolvem, estudam, cobram, exigem, testam e até mesmo inventam, ao contrário da regra brasileira do "ouvi dizer que é o melhor", "me disseram que este é bom", "é porque fulano usa" e outras grandes desculpas e enganações que primeiro recaem sobre o próprio empresário "acomodado". Só em janeiro e em fevereiro, quando realizamos alguns shows relativos ao Carnaval de 99, sonorizando um palco de grandes dimensões, além da passarela oficial do Campo Grande (sonorização ambiente), é que utilizamos o sistema em sua forma considerada inteiramente pronta. O resultado? No palco, alguns técnicos de bandas que operaram os equipamentos, ficaram maravilhados com o resultado tanto do PA como do Monitor e, no Campo Grande, reafirmamos o êxito conseguido no Carnaval de 98 (que foi matéria da M&T n° 80, de abril de 1998), só que com um resultado extremamente superior ao conseguido no ano anterior, com a simples mudança dos amplificadores.
Um fato engraçado ocorreu com a equipe técnica de uma famosa banda da Bahia, que chegou para fazer o show com ares de curiosidade e desconfiança. Tinham rodado o Brasil e o exterior, realizando diversos shows, e tiveram o privilégio de trabalhar com sistemas de grife internacional, processados, de indiscutível valor e sempre que encontravam sistemas customizados ficavam apreensivos. Não é que, na passagem do som, o técnico de monitor não acreditava nos resultados que estava obtendo, comparando nosso humilde sistema aos melhores importados com que já havia trabalhado. Não se conformando com o que via (e ouvia), perguntou que falante e driver usávamos nos monitores. Aí dissemos, propositadamente, que eram de uma marca importada de grande conceito internacional (só depois do show daríamos, por escrito, os modelos dos mesmos citando a marca). "Ah bom, então está explicado", disse ele. No final do show, ele veio agradecer pedindo então os modelos dos falantes e dos drivers, quando aí eu lhe entreguei um papel onde constavam: WPU1207, WPU1507 e D4400, todos da SELENIUM e Made in Brazil. O cara quando leu, quase se jogou do palco! Em outra ocasião, o técnico do PA, ouvia mas não acreditava no que seus ouvidos lhe diziam. Na passagem do som, ele largou a mesa e veio até ao palco observar a modulação dos amplificadores, pois o sistema já despejava 128 dB no house mix, à 35 metros do palco, volume que, em Salvador, só é permitido em testes, pois a legislação municipal limita em 110 dB o SPL máximo para a realização de shows em praça pública. Quando verificou que os amplificadores estavam modulando níveis entre -7 a; -5 dB, uma grande reserva de potência, ficou meio sem entender, mas ao mesmo tempo feliz com o resultado. A consulta sobre os falantes e drivers foi a mesma e a resposta idem: WPU1502, WPU1206 e o driver D4400, todos da SELENIUM. Estamos satisfeitos? Claro que sim, mas não acomodados! Já estamos questionando junto aos fabricantes, melhoramentos, aperfeiçoamentos, criações, designes, enfim, tudo que possa contribuir para o avanço tecnológico. Temos no Brasil cabeças capazes de fazer gringos estremecerem. Só para citar, sabem de onde são os conjuntos magnéticos dos falantes de uma grande parte dos maiores e mais conceituados fabricantes mundiais? Made in Brazil. Nós precisamos ter mais auto estima. Na SELENIUM, pôr exemplo, tem uma pessoa chamada Prof. Homero Sette que em 10 minutos de conversa lhe ensina o que não se aprende num grande período de estudo. Na Studio R, o Ruy adora conversar sobre tecnologia. Um conselho? Liguem para eles e torrem o saco deles com todas as dúvidas e questionamentos que tenham. Eles adoram. Pesquisem, cobrem, sugiram, exijam. Estimulem o desenvolvimento dos potenciais nacionais, pois é mais inteligente e mais barato. |